Por que se celebra a missa de sétimo dia?

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Para entender melhor

O número sete na Bíblia é igual à perfeição que é = DEUS. Em 7 dias Deus criou o mundo e descansou. Essa tradição de luto de 7 dias nós encontramos na Bíblia:
O luto de Jacó durou 7 dias (Gn 50,10);
Saul foi enterrado e fizeram um jejum de 7 dias (1Sm 31,13);
O povo chorou a morte de Judite durante 7 dias (Jt 16,24);
O luto por um morto dura 7 dias (Eclo 22,11);
Para nós é importante continuar essa tradição porque somos cristãos; homens e mulheres de esperança, cremos na vida eterna e acreditamos que a morte não é o fim de tudo, mas o começo de uma nova vida. “Cristo, morrendo, destruiu a morte e ressuscitando dos mortos deu-nos a vida”.
Quando rezamos diante de um corpo, estamos diante de alguém que, pelo batismo, foi o templo da Santíssima Trindade (1Cor 2,16-17) e confiamos plenamente na ressurreição conforme Jesus prometeu: “Eu sou a ressurreição e a vida”.
2Mc 12,43-45 “Então fizeram uma coleta individual, reuniram duas mil moedas de prata e mandaram para Jerusalém, a fim de que fosse oferecido um sacrifício pelo pecado. Ele agiu com grande retidão e nobreza, pensando na ressurreição. Se não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria coisa inútil e tola rezar pelos mortos. Mas, considerando que existe uma bela recompensa guardada para aqueles que são fiéis até a morte, então esse é um pensamento santo e piedoso. Por isso, mandou oferecer um sacrifício pelo pecado dos que tinham morrido, para que fossem libertados do pecado”.
Ecle 11,7 “Então o pó volta para a terra de onde veio, e o sopro vital retorna para Deus que o concedeu”.
Sb 3,1-4 “As almas dos justos, ao contrário, estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento as atingirá. Aos olhos dos insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como desgraça. Os insensatos pensavam que a partida dos justos do nosso meio era um aniquilamento, mas agora estão em paz”.
Jó 19,25-27 “Eu sei que o meu Redentor está vivo e que no fim se levantará acima do pó. Eu mesmo o verei, e não outro; eu o verei com os meus próprios olhos”.
Dn 12,3 “Muitos que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e a infâmia eternas, os sábios brilharão como brilha o firmamento e os que ensinam a muitos a justiça brilharão para sempre como estrelas”.

A fé cristã na ressurreição

Para nós cristãos morrer significa passar da morte para a vida, é ir ao encontro com o Pai e viver eternamente no seu convívio. Para os que crêem em Deus “a vida não é tirada, mas transformada”.
No Novo Testamento há inúmeras passagens que falam da ressurreição e da vida eterna. Esses textos são o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Vejamos alguns:
“Então o anjo disse às mulheres: Não tenham medo. Eu sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito”. (Mt 28,5-6);
“Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles, e disse: A paz esteja com vocês” (Lc 24,36);
“Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam a caminho do campo” (Mc 16,12);
“Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre” (Jo 11,25-26)
“Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro…nada nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 8,38-39);
“O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, foi isso o que Deus preparou para aqueles que o amam. Deus porém, o revelou a nós pelo Espírito”. (1Cor 2,9);           “O mesmo acontece com a ressurreição dos mortos: o corpo é semeado corruptível, mas ressuscita incorruptível; é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso, é semeado na fraqueza, mas ressuscita, cheio de forma” (1Cor 15,42-43);
“Nós sabemos: quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda for desfeita, receberemos de Deus uma habitação no céu, uma casa eterna não construída por mãos humanas”(2Cor 5,1);
“Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que ressuscitou Cristo dos mortos” (Cl 2,12);
“A voz do Arcanjo e ao som da trombeta Divina, o próprio Senhor descerá do céu. Então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4,16);
“Os homens morrem uma só vez e depois disso vem o julgamento” (Hb, 9,27);
“Os que vem da grande tribulação…Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente. Pois o Cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até as fontes de água de vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos” (Ap 7,16-17);
“Felizes os mortos, aqueles que desde agora morrem no Senhor. Sim diz o Espírito, descansem, de suas fadigas, pois suas obras os acompanham” (AP 14,13).

Conclusão

Os textos que lemos justificam as nossas orações pelos mortos, especialmente a Santa Missa, culto máximo de louvor, gratidão e adoração a Deus, Senhor da vida e da imortalidade. A missa de 7º dia está, portanto, fundamentada na Palavra de Deus. Com certeza, uma prece dirigida a Deus, por alguém vivo ou falecido, não lhe fará mal nenhum, pois rezamos ao Deus Pai, autor e Senhor da vida. Dessa forma participamos da Comunhão dos Santos, aqueles que estão na glória do céu, aqueles que esperam o dia do julgamento e nós que militamos neste mundo.

Padre Valdiran Santos

 

“A Igreja, não necessariamente, impôs o sétimo dia. A tradição da Igreja
era o terceiro, depois passou para o sétimo… Independente se a Missa é celebrada
no 3º, no 4º, no 5º, no 6º ou no 7º dia, o importante é a Missa para os familiares se
reunirem e rezar em favor da pessoa. Porque cada vez que nós, vivos, olhamos para
a morte, valorizamos a vida. Então, ao mesmo tempo em que a Missa, sem dúvida,
tem um grande valor para aqueles que partiram (o próprio sacrifício de Jesus repara
as faltas daqueles que morreram), também tem valor para a família que se reúne
na Missa, porque faz refletir que tudo é passageiro. Todos os dias precisamos estar
com a nossa mala pronta para fazer essa grande viagem que às vezes nos causa
temor.
Também é importante que a família se volte para ela mesma: pode ser a
oportunidade de um perdão a ser dado, uma reconciliação a ser feita, um momento
da própria união da família em torno daquela perda. A Missa de sétimo dia tem uma
dimensão espiritual, levando a pessoa a trabalhar a perda. A morte é sempre uma
perda. Claro que desemprego é uma perda, uma separação é uma perda, mas a
morte gera um estado de perda que nós chamamos de luto. E a Missa de sétimo
dia leva a pessoa a enfrentar seu luto, muito importante na hora em que se perde
alguém.”

Pe. Reginaldo Manzotti

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